-
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
O cauzo do matuto qui feiz izame de prósta
Tem uma fia na capitá qui gosta mutio de mim é mermu uma amiga e vévi a priucupá cum minha saúde inda mai agora neças onda de izame de prósta intonsse risulvi iscrevê prela dizeno bem ancim;
Mai ôceis vão me discurpá pruquê eu num cunheço eçe tá de anus qui é coisa de capitá eu cunheço é o cú memo.
Primeira parte
Mia fia na capitá
Vévi nua priucupação
Cum medo d’eu batê as bota
E cumê barro no chão
Qué qui eu faço aquele inzame
Mai li falei sem vexame
Quele eu num faço não!
Eu sempe falo prela
Qui Deus sabi o qui fais
Foi Ele qui me criô
E mi féis um bom rapais.
Mia fia, tem mai coidiado!
O mundo ta xêi de viado.
Num mi acunseia isso mais.
Eu tô bom já te falei
Num faça isso mai não
Iço é coisa inventada
Dos povo das tulevisão
Se mia prósta tivesse duente
Num sô mai um inucenti
Já tinha ido pro dedão.
Todo dia faço o izami
Eu memo no banhêro
Infio o dedo nu cu
Cunfeço qui é ligêro
Fica dispriucupada
Num fica fazeno zuada
Inda vô tê mutio janêro!
Inda num custumei
Cum eça idéia mia fia
É um trem sem cabimento
Sô um home de famia
Virá o cú pro dotô
Na mia idéa num passô
Só ni pensá da agunia.
Os médios tão sem trabai
E fica isso inventano
Pros povo pudê fazê
Pra elis ir inricano
Cada infiada no cu
Omenta mai seu tutu
Há mutio qui tô pensano.
Podi dexá cumigo
Seu pai é intiligente
Num vai mai nas cunversa
Dos qui fala éça gente
Sou dus tempo dus bufão
Qui todo mundo era são
Ocê tira iço da mente.
Quano eu notá qui a zurina
Num ta quereno mai saí
E eu notá qui o cu dói
Sem as bosta se buli
Entonsse éça é a hora
De corrê pra i simbora
Prus médios qui tem aí.
Mai pur inconto
Fica dispriucupada
Qui a prósta ta na orde
Pare cum éça zuada
Num fica mai neça intriga
Sei qui ancê é mia amiga
Queta cum a prosa fiada.
Se num tivé creditano
Num poço fazê nada mai
Falei das coisa certa
Num ia ti menti jamai
Prigunti tua mãe já
Se ocê num acreditá
Cuma ta a prósta du teu pai!
Mai dispois eu fiquei cum a cisma e cisma é um bixo nojento cê perdi inté o sono e dispois de muito tempo eu risurvi ir lá sabê cuma é o tá de izame e se o dotô tinha os coidiado. E chegano lá eu fui falano logo ancim:
Seu dotô só vim aqui
Mai vô dizê a verdade
Num cunformo cum eça idéia
Axo memo uma cruedade
Mai a pidido de mia fia
Qui mora la in Brasia
Vim fazê eça caridadi.
Mas seu dotô que mal prigunte
Tô numa priocupação
Esse tá izame que fais
Dá pra mim a isplicação.
É qui eu sou do interiô
Me diz logo pur favô
Num fique zangado não.
É tanta duença no mundo
Qui já vi na minha vidinha
Me tira dessa incerteza
Risponda a priguntinha
Me arresponda sem vexame
Pra fazer esse izame
O sinhô usa camisinha?
Cê sabe cuma é que é
Essa infiação danada
Todo dia ancê mete
Nos cu dos camarada
Entonsse quero sabê
Se no dedão de vosmicê
A camisinha vem grudada?
Num é qui sô guinorante
É qui sô mei pricavido
Inda mais qui ôiço tanto
Nos pés do meu zuvido
Qui a zaidis ta alastrano
E eu tô me priocupano
Pruque isso tem sintido.
Priguntei pra Bastião
Ele num quis respondê
Eu qui vou fazê o izame
Acho qui é o meu devê
Se num usar camisinha
Vou simbora agorinha
Num quero nem sabê!
Sou um pôco izigente
Cum meu cú na verdade
Pruque ele me ajuda tanto
Na mia ventosidade
Só quano tô ressecado
È qui ele sofre um mucado
Na sua finalidade.
Discurpa esse matuto
Qui nunca foi um letrado
Cê sabe cuma é qui é
Essa gente discunfiado
Pra virar o cú pra ancê
É priçiso a gente sabê
Se o sinhô tem esse coidiado.
Meu pai ficou véio
Qui de véio inté morreu
Nunca féis esse izame
E sã sempre viveu
Ele seno o meu ispei
Quiria o seu cunsei
Pra zelar do qui é meu.
Dá meu cú pro izame
Fico inté iscandalizado
Inda mais qui ancê qué
Ele tudim bem rapado
Vou lhe dizê a verdade
Pra mexer nas intimidade
Eu fico mei vregonhado.
Peço qui o sinhô num bota
A ta da anistisia
No locá qui fô metê
O dedão nesse dia
Pra eu num ficá viciado
Eu vô tê mutio coidiado
Pra num tê essa aligria.
Quero tudim ispiá
A cara que ancê fais
Quano ta meteno o dedo
Nos cú de todo rapais
Se a cara for de contente
Eu agaranto pra essa gente
Que no meu num infia mais.
Dispois que eu vi qui o dotô usava a camisinha nos cinco dedo e inté na palma da mão é qui eu fui fazê o ta de izame de prósta.
Siguino as idéia
Qui mia fia me acunseiô
Qui dispois dos quarenta
É pra visitá o dotô,
Pra o izame fazê
Para eu pudê tê
Uma saúde de valô.
Ela disse pra eu i num
Urigineculogista
Qui esse era o dotô
Qui tinha in Conquista,
E qui o izame num duia
E que todo home da Bahia
Já tinha intrado na lista.
E siguino os consêi
Da mia fia muié
Fui logo pra Conquista
Para vê cuma é qui é.
Mermo sem sentí nada
Fui lá vê o camarada
Deixano pra trás a muié.
Quano xeguei o dotô
Mandô logo eu deitá
Numa cama istreita
Qui tinha ali no lugá,
E as calça logo mandou
Qui eu tirasse pur favô.
Eu fiquei a maginá!
Mas qui izame istranho
Esse qui eu tô fazêno!
Entonsse logo as carça
Das perna foi deceno;
Já nervoso eu ficava
E tudo qui ele mandava
Eu ia obedeceno.
A coisa só ficô fêia
Quano o dotô ancim falô:
- Tira logo a cueca
E depressa, por favor,
Tem mais cliente lá fora
Esperando a sua hora!
Foi ancim qui ele falô.
Foi o jeito obedecê
E as cueca eu tirei
Em cima daquela cama
Discunfiado fiquei,
Quando vi ele cum o dedão
Priprano a ocasião!
Aí eu quase dismaiei.
Priguntei pra o dotô
Pronde ia aquele dedo?
Se fô nu qui tô pensano
Já tô ficano cum medo,
As perna já sem aprumo
Quano vi o dedão vim no rumo
Pensei inté qui era brinquedo!
Eu fiquei pavorado
Pringuntei pra ele ancim:
Será se o sinhô num pode
Fazê cum o dedo mindin?
Esse meu cu tá zerado
Ancim vou ficá istragado
Meu Deus qui será de mim!
Lá fora tinha tanto home
Pra intrá no consurtóro
Tinha uns até viciado
Qui usava supusitóro,
Tinha lá uns gostosão
Doido pra levar o dedão
Só medo de tá num velóro.
E o dotô intão infiô
Aquele grande dedão.
Eu qui cum a turma da roça
Tinha fama de maxão.
A turma num pudia sabê
Dessa disgraça pruquê
Eu num ia contá não.
O qui o dotô fez cumigo
Num iziste coisa pió
Infiou aquele dedão
Dento do meu fiofó,
Rodou pra lá e pra cá
E tombém pra cá e pra lá
Cum força sem tê dó.
Arguma vêis priguntava
Se tinha argo dueno
Ta não seu dotô
Ancim ia respondeno.
- Essa coisa ta sujeito
Se não tratar direito
Pode até ir crescendo.
O probema é qui o dedão
Do dotô era bem grosso
Qui meu cu relaxô
Qui cabia inté um osso.
Quano a tarefa acabô
Ele ancim me falô
- Está tudo bem seu moço!
Tudo bem cuma dotô!
Virge aqui eu entrei,
U qui vou dizê in casa
Cunfesso quinda num sei!
O sinhô fez uma disgraça
Dessas de num tê graça
Arrombado eu fiquei!
Qui diabo de izame
Esse qui ancê fêis?
O pió qui ele me disse
Pra vortá cum doze mêis
Pra fazê a revisão.
- Aproveite a ocasião
E faz tudo outra vez.
Quarta parte
Nunca mai ripiti o ta izami
E o tempo foi só passano
Passô tanto qui correu
Já fai mai de cinco anu.
Oia só o disispêro
Quano fui lá no banhêro
Na ora qui fui mijano!
Azurina pra saí
Ardia quiném pimenta
Mijava só os tiquin
Qui pensei! Cê num agüenta!
Duia acima do pinto
Acho inté qui me sinto
Qui num agüento a turmenta.
De meãn fui no hospitá
Incrontei lá o dotô
Qui foi aquele memo
Qui o dedão infiô
Quano me viu cunheceu
E alembrô qui fui eu
Qui ni Cunquista chegô.
Mando eu tirá as carça
E eu sintino aquela dô
Na ora qui ia mijá
Cramava pur Nosso Sinhô
Ela saia toda vremeia
Qui eu vi a coisa feia
Naquela ora de orrô.
I o dotô infiô de novo
Aquele dedo cum camisinha!
Rodô pra cá e pra lá
O dedão de sua mãozinha
E me falô infilismenti...
Te falo meu criente
Aqui tem um probeminha!
O sinhô tem qui operá
Pruquê já ta avançado
Botô eu de barriga pra cima
E apertô cum coidiado
E pegô logo suas traia
Uma faquinha e uma navaia
E me deu logo um cortado.
Botô uma manguiera no meu cú
Qui é pra as coisa derramá
Uma manguerinha no pinto
Pra condo quisé mijá
Inda bem qui num duia
Foi uma tá di nistizia
Qui feiz isso eu suportá.
I ta lá eu todo vexado
Dento daquele quarto
Na pusição das muié
Naquela ora du parto.
Lembrei de tudo na paioça
Quando tava lá na roça
Cagano no mei dos mato.
Era tanto pensamento
Qui tinha naquela ora
Pensava em tudo qué coisa
Inté qui passô a ora
Quando falô o dotô
O sirviço acabô
É procê i simbora.
Durante uns três méis
Ancê num pódi!... fazê!
Nem tirá essa manguêra
Ocê tem de obedecê
Só vai tirá a manguêra
Quano pará a corredêra
Qui pur ele vai decê.
Eça manguêra irimão
Te falo num minto
Ia perto da bixiga
Inté a cabeça do pinto
Num é de achar graça
Dispejava numa garrafa
O resto dus iscriminto.
Na manguêra qui tava no cú
Quano eu ia peidá
Saia uma zuada danada
Pareceno musga a tocar
Era um soinzim bem fino
Pareceno inté de violino
Nas noite de natá.
Dispois qui tudo passô
Ai já mai aliviado
Quano ia cagá i mijá
Já ia cum mutio coidiado
Já num duia mai nada
É qui eu meu camarada
Cum isso fiquei cismado.
Eu nun sigui os cunsêi
Das fala de minha fia
Aquela de riba dus verso
Qui mora lá ni Brasia
É pur isso qui sufri
Cum eça duença daí
Qui nunca o izame eu fazia.
Condo tirei as manguêra
Qui tava atrapaiano
Fiquei inté mais mió
Pois tava me maxucano
Azurina já saiu sôrta
As merda de ventu in pôpa
Sinto qui já tô miorano.
Acunsêi ocê tombém
Aqui du istremo sul
Qui vá lá no dotô
E mostra pra ele seu cú
Limpa todas as bosta
Faça o izame de prósta
E viva filiz pra xuxú.
Num faça cumo ieu
Qui quis bancá o maxão
Cum vregonha de mostrá
E levá aquele dedão
Vai logo lá agora
Pois podi aparicê agora
Eça duença do cão.
É certo qui dispois do dia
Qui fiz a aquela uperação
Istô inté sem sabê
Agora da mia situação
Dispois qui tirou a manguêra
É qui notei a bestêra
Pois afroxô tudo intão.
Vou tê qui i na celaria
Do meu amigo Zeca
Cumprá logo uns côro
Pra fazê umas cueca
Pois se caso eu viciá
Ela vai tê qui agüentá
Pra sigurá a peteca.
Airam Ribeiro
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário