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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Sô matuto sim sinhô
Sô matuto sim sinhô
O orgúio é minha defesa
Cum os meu cálo nas mão
Boto de cumê ni sua mesa
Sô ômi arrespeitiadô
Em todo canto cotô
Num gosto de safadeza.
Minha paióça é umilde
Vévi eu e minha muié
Nela cê pode intrá
Cum os sapato nos pé
Eu perfiro o cê umano
Do qui o xão alumiano
Du’a casa rica sem fé.
Já fui in certa casa
E prezenciei um fato
Pois modi eu intrá nela
Tive qui tirá o sapato
Sô matuto min dentifico
Num vô mais ni casa de rico
Pra nun te êcis mau trato.
Outra coiza qui notei
É a farta de atenção
Os rico nun qué mutio papo
Pru móde das tulevizão
Fica só oiano as zóra
Quereno cocê vai cimbóra
Prumóde as nuvela intão.
Digo pruquê notei
Mermo in genti da famia
Qui nun sentino bem cá vizita
Quano fui ni sua casa um dia
A nuvela é o preferênciá
Do que uma cunversa informá
Di cuntenti e de aligria.
Pur iço qui num min saio
Da paióça do meu lugá
Se ocê querê vem um dia
Pra módi min vizitá
A preferença será ocê
Pode vim cocê vai vê
O qui istô a li falá.
A minha cara é de aligria
Num tem fingimento não
Iço eu falo e pode crê
Qui falo de coração
Aqui num ando assustado
Vô pra quarqué lado
Sem niuma percupação.
Minha casa é de cabôco
Cê xegano pode intrá
Lá num tem campainha
Bate a palma pra alarmá
Qui ta xegano gente
Aí intão de cuntenti
Abro a porta procê intrá.
Airam Ribeiro
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