sábado, 6 de março de 2010

A velha máquina de escrever

















Nunca mais ali vortei
Para a máquina eu oliá
Argumas tecla quando ôiei
Tava quereno se desmanxá
Da máquina tinha min isquicido
Ela qui tanto tinha min servido
Tava impoeirada nun lugá.

Que tristeza intão qui min deu
Oiano a minha prevercidade
Ela qui tanto ajudou eu
Tava isquicida de verdade
Agora qui temo o computadô
Ninguém mais óia a sua dô
Adiscurpe a minha mardade!

Se a máquina de escrever
Tivéci o podê de falá
Ancim diria para eu vê
Purque nun vêi mais min oliá
Sua tequinologia do momento
Te cauzô isquicimento?
Pruquê nun vêi mais min limpá?

Agora já num min qué mais
Despois qui o teclado xegô
Ajudei teus ancestrais
Aqueles versos a compô
Minha tinta vermelha e preta
Hoje já num é mais porreta
Despois do teu cumputadô?

Dexa meus ferro se corroê
Dexa o ferrugi min matá
Tudo se finda no pruquê
Quando o ferro véi min amassá
Muitas coisa já escrevi
Quando quis eu te servi
De min vai sempre alembrá.

Airam Ribeiro

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