terça-feira, 2 de março de 2010

Quiria vê era os intelequituá falá na língua caipirêis














Por Airam Ribeiro

Tem ora qui eu tô leno
Inbora qui suletrano
Mas num intendo nada
Em algo qui fico oiano
É tanto intelequituá
A querê iscrivinhá
As nutiça qui ta dano!

Condo no papé tem figura
Inté qui fica mais mió
Agente fica só oiano
As cô numa ora só
Quindera tivece istudo
Pra intendê aquilo tudo!
Ô Deus de eu tem dó!

Cuma féis qui ieu nacêce
Logo ni uma paioça
Arrudiado de mato
I sem iscola na roça?
Pruquê num sô intelequituá
Dexano ieu anté ficá
Iguá burro de carroça?

Pruquê uins tem sorti
De tê mutia sabiduria
Qui iscreve ton bunito
Cum sua calilgrafia?
As palavra difici usa
Qui inté as vêis se abusa
De nóis quais todo dia.

Pruquê o Sinhô num dexô
Só o dialeto caipirês
Pra acabá a umilhação
Ancim logo de vêis
Axo qui é bem mais mió
O Sinhô di nóis tê dó
E acabar cum o purtuguês.

Eli é mutio cumplicado
Pra nóis aqui du sertão
No caipirêis agente aprende
Num tem cumpricação!
Mai ece aí purtuguês
Eu só digo pra ancêis
Iço é linguage du cão.

Si falamo antonse
Elis diz qui é intão
Se agente fala cú
Elis diz qui é palavrão
Anus é de calendáro
Elis nuis faiz de otáro
Ancim num intendo não!

As manga lá da roça
Agenti num pódi xupá
Eça é di capim
Diz us intelequituá
Inté a mandioca na fêra
Tão chamano de macaxêra
Elis vão mi indoidiá!

Pruquê tem iscola
Pru rico i pro pobre não?
Pruquê o solo do rico
O pobre chama de chão
Se fôçe tudo caipirêis
Agaranto pra ocêis
Qui us dois vevia mais bão.

e-mail airamribeiro@gmail.com
www.usinadeletras.com.br

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