sábado, 6 de março de 2010

A rima é o meu tempero seu dotô!

















Me descurpa ocêis sabidu
Qui fais puesia sem rima,
Na minha pobre linguage
Esse istilo num cumbina
Na puisia rimada
A gente lê ritimada
E a melodia se afina.

Mas peço de antimão
Qui perdõe esse otáro
Qui nun gosta de puisia branca
Pobre é seu vocabuláro.
A rima fais parte de mim
É por isso que gosto ânsim
Di iscrevê sem dicionáro.

Nun tenho o Aurélo
Pras fôias ficá passano
Eu iscrevo quarqué coisa
Derna qui seja rimano.
Na puesia rimada
Fico de arma lavada
Pra alegrá o ser humano.

Você de rico vocabuláro
E de grande sabiduria
Bota um pôco de tempero
Pôe rima nas puisia
Ela sem rima meu sinhô
É como casá sem amô
Não trás nenhuma aligria.

Descurpe a minha franqueza
De falá ânsim procêis
É qui nunca fui dotô
Na matéra purtuguês
Se eu iscrevê sem rima
Isso me disanima
De iscrevê outra veis.

Sou fio de cabôco rocêro
Meu custume é ser pacato
Minha iscrita é naturá
A você num disacato
Se iscreve puisia sem rima
Vai siguino sua sina
Mas me deixa co as do mato.

Gosto do chêro da rérva
Ni minha roça tem fulô
Qui rima cum tanta coisa
Até mêmo cum amô
Gosto de cumida cum tempero
E muié cum água de chêro?
Tombém gosto sim sinhô.


Airam Ribeiro
27/07/03

Tem gente qui iscreve um texto e diz qui é puisia!

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