terça-feira, 2 de março de 2010

O vereador
















Promete mundos e fundos
Para o emprego conseguir
Vai de casa em casa
Para seu voto pedir
Diz que tem capacidade
Pra lutar pela cidade
Que não é de se iludir.

Na rua conhece todos
Para todos faz saudação
Mesmo pro cara de costas
Eles levantam a mão
Paga cerveja pra uns tomar
Remédios pra outros sarar
Até chegar a eleição.

Faz sua boca de urna
Da comida pro eleitor
Trás ele de carro próprio
De qualquer canto que for
Acha que ta explorado
Anda só com uns trocados
Para dar pro fumador.

Depois das dezessete horas
Do dia da eleição
Não conhece mais ninguém
Dá as costas pro cidadão
Sendo o voto conquistado
Esse não será tomado
Até a hora da apuração.

Quando vê o resultado
E a certeza que ganhou
Tira logo umas férias
Pra longe do eleitor
Não quer ser mais explorado
Desse povo enjoado
Que procura o que não guardou.

Então já o novo prefeito
Já quer ele conquistar
Para fazer o presidente
Para na câmara mandar
Para o bom andamento
Dá logo um adiantamento
Depois de negociar.

E ele que mentiu tanto
Nas suas promessas feitas
Vendo o montante na mão
A proposta não rejeita
Vende logo sua moral
E edicetara e tal
Mas não foge dessa treita.

Vendido para o prefeito
Dá-lhe logo carta branca
Esse vai fazer o que quer
Foi negociação franca
Reunião? Não sei pra que!
Para enganar você.
Que nunca se manca.

Cada Lei tem um preço
Numa sessão ordinária
Ela vai se valorizando
Se for extraordinária
As contas sendo aprovadas!
A verba é melhorada
Numa ação necessária.

Com o emprego garantido
Que o povão lhe confiou
Vai viver seus quatro anos
As custas do eleitor
É pau mandado do prefeito
Vendeu-se não tem mais jeito
E traiu o seu eleitor.

E eles que estão lá
Na câmara pra nos defender
Faz tudo ao contrário
Vendo o povão se fumar
Aprovam leis que lhes favorece
E do eleitor se esquece
Nem lembram mais de você.

Entra ano e sai ano
E eles na brincadeira
A coisa é sempre a mesma
Só muda mesmo a coleira
Votar pra vereador?
Não faça isso senhor!
É o voto da perdedeira.

Entra dentro dum terno
E coloca uma gravata
Nos matando de vergonha
Aprovando leis ingratas
Até quando vai ser
Ninguém poderá saber
Pois a vergonha não mata.

Chega o final do mandato
Vem ele de novo outra vez
Com as mesmas mentiras
Pra tapear o freguês
Mas cuidado minha gente
Com o coração de serpente!
Outubro é que é o mês!

Diminuíram para Nove
Ainda acho bastante
Para não fazer nada
Três seria o montante
Com responsabilidade
Ajudaria a cidade
Sendo honesto no instante.

Como em tudo há exceções
Existem alguns que trabalham
Muito pouco na verdade
Nas reuniões nunca falham
Pode apontar de dedo
Os que trabalham sem medo
Do prefeito que lhes ralham.

Airam Ribeiro
www.usinadeletras.com.br
www.recantodasletras.com.br

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